terça-feira, dezembro 05, 2006



Bullying também afecta professores
Marta Rangel 2006-12-04

Segundo um estudo realizado por um sindicato de professores britânico, cada vez é maior o número de docentes, sobretudo mulheres, que têm de lidar com palavras abusivas, de cariz sexual, dentro da sala de aula.
Um quinto dos professores de Ensino Básico e dois terços dos professores do Secundário já foram alvo de bullying sexual - a conclusão é de um inquérito realizado pelo sindicato britânico União Nacional de Professores (NUT).Segundo este estudo, citado pela BBC, um em cada 20 dos 190 docentes existentes em Inglaterra e no país de Gales afirma que os abusos acontecem, pelo menos, uma vez por semana. De acordo com a NUT, as piadas sexistas e as humilhações também atingem as alunas.Segundo o secretário-geral da NUT, Steve Sinnott, estes resultados reflectem a necessidade de o Governo aconselhar as escolas a admitirem a existência deste fenómeno de forma a conseguir reduzi-lo."O Governo deve encorajar as escolas a desenvolver políticas que desencorajem os pais e os alunos a utilizar linguagem sexualmente abusiva", afirmou.Segundo Steve Sinnott, em declarações à BBC, o bullying é um comportamento "completamente inaceitável", mas as escolas não devem "fechar as portas à sociedade"."À medida que a sociedade se torna mais tolerante perante linguagem abusiva e sexualmente agressiva, esta atitude é também adoptada pelas crianças e jovens", acrescentou.De acordo com o estudo realizado pela NUT, tanto professoras jovens como mais velhas foram sujeitas a comentários de natureza sexual por alunos do sexo masculino. No entanto, mesmo depois de se terem queixado à instituição onde leccionam, sentiram que não foram levadas a sério. Muitos docentes inquiridos consideraram também que a linguagem homofóbica era "institucionalmente aceite". Mais de metade considerou que a utilização de linguagem sexista tem piorado.Alguns docentes afectados por este fenómeno afirmaram, no inquérito, desejar que o bullying sexual ficasse registado no livro de queixas de cada escola, juntamente com o bullying racista ou homofóbico. Para além disso, vários professores disseram que nem todos os pais apoiam as iniciativas da escola dedicadas a reduzir ou erradicar estes comportamentos abusivos.No entanto, segundo a NUT, quase metade dos inquiridos diz sentir-se "muito seguro" na escola onde lecciona e um quarto dos professores dizem estar "seguros" ou "razoavelmente seguros" nas instituições de ensino.

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