terça-feira, dezembro 05, 2006

Decréscimo de alunos do 1º Ciclo “é preocupante”
Fonte: Voz do Nordeste Data: 2006-12-05

O Tema a “Educação Hoje” foi o mote que reuniu docentes e membros do Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades (SEPLEU), na passada semana, no Instituto Politécnico de Bragança, (IPB) a debater as principais preocupações dos docentes e as problemáticas ligadas ao ensino. Foram abordados temas como o sindicalismo e o seu futuro, políticas e processos educativos no Portugal de hoje, o futuro do ensino politécnico em Portugal, entre outros assuntos. No entanto o que mereceu mais destaque, e pelo colóquio se realizar em Bragança, foram as problemáticas do ensino no distrito de Bragança com destaque para a redução cada vez mais dramática dos alunos do 1º ciclo que acabou por dominar o encontro. O delegado regional do SEPLEU, Carlos Silvestre, mostra-se preocupado com o decréscimo de alunos e revela que no concelho de Bragança existem apenas 1180 alunos a nível do 1º Ciclo, “quando temos cerca de 400 professores só na Zona de Quadro Pedagógica, ou seja, o que vai acontecer com esses professores?”, questiona. Culpa o governo por uma série de medidas que vieram agravar esta situação, mas diz que está “na hora de mudar o rumo das coisas” e acredita que ainda é tempo de “remediar a situação”. Para isso aponta uma série de soluções, tais como a implementação de turmas mais pequenas nas escolas “de modo a promover maior qualidade de aprendizagem nos alunos e rentabilizar os recursos humanos que temos e evitar o aparecimento de professores administrativos”. Carlos Silvestre aponta o caso da Finlândia em que as turmas têm o máximo de 12 alunos, com um êxito escolar elevado.
Câmara Municipal acusa DREN
Ainda em relação ao ensino no distrito, a vereadora da Câmara Municipal de Bragança (CMB), Fátima Fernandes, responsável pela pasta do 1º Ciclo, revelou que o processo educativo do concelho ainda não está completamente implementado “porque a Direcção Regional de Educação do Norte ainda não deu qualquer resposta à proposta da autarquia relativamente à Carta Educativa”. Um passo que a edilidade espera para receber as verbas necessárias de forma a avançar com as obras de remodelação da escolas e a construção de novos equipamentos. Outro assunto em discussão foi o documento do novo estatuto da carreira docente que estava a ser discutido nesse dia em Conselho de Ministros e que, segundo um dirigente do SLEPEU, Pedro Gil, “ficou longe de ser o ideal para os professores e introduziu medidas muito penalizadoras para a nossa carreira”. Apesar da plataforma de entendimento entre sindicatos ter conseguido negociar alguns aspectos com o Governo, não consegui evitar a implementação de cotas para o acesso ao topo da carreira, ou seja, só um terço dos docentes é que podem chegar aos últimos escalões. Pedro Gil explica que “só quando se libertarem as vagas preenchidas por professores que as ocupam durante dezenas de anos é que novos docentes podem entrar”. Uma medida que impõe um acesso mais limitado aos últimos escalões da carreira docente.

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