terça-feira, dezembro 05, 2006

Ministra da Educação defende investimento com “resultados”


A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, defendeu ontem que o investimento na educação deve ter “resultados” e que Portugal tem que se posicionar “nesse campeonato” para acompanhar os números da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico.“A educação e o investimento na educação são percebidos como condição essencial de desenvolvimento dos países do espaço da OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico) e Portugal tem que se posicionar nesse campeonato”, afirmou ontem a titular da pasta da Educação, à margem da conferência internacional sobre Educação, Desenvolvimento e Educação, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.A ministra Maria de Lurdes Rodrigues defendeu que “o investimento na Educação tem que ser um investimento com resultados”, referindo a propósito que “os princípios que organizam a política educativa são no sentido de melhorar a eficiência e a organização dos recursos na educação”.Reforçar a qualidade com vista à melhoria dos resultados escolares e criar uma política que dê uma segunda hipótese a todos aqueles “para quem a escola não foi uma oportunidade” são dois aspectos que a ministra da Educação considera fundamentais para minorar o «fosso» que separa Portugal dos países da OCDE.Questionada sobre projectos concretos a apresentar, Maria de Lurdes Rodrigues referiu “a criação de 500 novos cursos, uma medida política inscrita na iniciativa «Novas Oportunidades»”.A diversificação da oferta formativa nas escolas secundárias, a melhoria da qualidade do Plano Nacional de Leitura e um plano para a Matemática são também, segundo a ministra, “um conjunto de medidas lançadas para melhorar a qualidade de ensino em Portugal”.Confrontada com o descontentamento global da classe docente sobre o novo Estatuto da Carreira Docente (ECD) aprovado na passada quinta-feira em Conselho de Ministros, Maria de Lurdes Rodrigues referiu que “os professores estão ganhos porque a sua causa é a causa dos resultados escolares e da melhoria da escola pública”. “A Educação não se resume ao ECD nem à condição socioprofissional dos professores e na sala de aula os professores estão a responder às necessidades de um modo bastante competente”, concluiu, desvalorizando o descontentamento manifestado pela classe docente.Contudo, a aprovação do ECD já mereceu a reprovação dos sindicatos que prometeram desde logo recorrer a formas de luta adequadas, através de comunicado.Segundo a Fenprof, a ministra “tentou, mais uma vez, virar os professores e educadores contra os seus sindicatos, afirmando que, contrariamente à opinião destes, os docentes estão de acordo com o ECD do Ministério da Educação (ME), dele resultando vantagens que, na verdade, não existem”.
ECD Contra os professores
Para a Fenprof, “esta nova tentativa de colocar os docentes contra as suas organizações sindicais só podia partir de quem, sofrendo de uma perturbante cegueira política, continua a não compreender que os mais de 25 mil que desfilaram no dia 5 de Outubro, os cerca de 80 por cento que aderiram à greve de 17 e 18 de Outubro ou os mais de 65 mil que subscreveram o abaixo-assinado entregue no ME em 17 de Novembro, são a expressão clara e muito visível do descontentamento gerado por um ECD que é contra os professores”.A conferência internacional sobre Educação, Desenvolvimento e Educação termina hoje, e contará com a presença do ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, entre outros.

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