segunda-feira, novembro 13, 2006

Mais uma opinião!!!!!



Dei aulas no Ensino Secundário, público e privado. Dei aulas na universidade, pública e privada. Significa isto que tenho gosto em dar aulas tal como, com raríssimas excepções, tive sempre muita satisfação em frequentar aulas, no Liceu e no Ensino Superior. Ganhei por tudo isso uma grande admiração pela profissão e julgo que, se não tivesse optado muito cedo pelo jornalismo, teria feito certamente uma carreira académica. Durante todo este percurso pelo mundo do ensino fiz muitos amigos que são amigos para a vida. Não sou assim suspeito de ter qualquer ‘parti-pris’ contra os professores. Antes pelo contrário, conheço as suas dificuldades, vivi talvez a fase mais difícil do ensino nos anos 70 e 80 e, grosso modo, sei por experiência os principais problemas que se colocam ao ensino em Portugal. Por todas estas razões sou hoje um cidadão estupefacto com a guerra sem quartel que se desenvolve entre os sindicatos e a ministra da Educação. Confesso que tenho dificuldade em perceber os sindicatos acantonados em posições anacrónicas e inaceitáveis nos dias que correm. O sindicalismo, no seu todo, atravessa uma crise delicada de adaptação a uma nova realidade económica e social. Os sindicatos dos professores, em particular, parecem perdidos nesse mar encapelado defendendo atitudes, conceitos e privilégios que hoje assumem foros de escândalo. Embora os sindicatos respondam a filiações partidárias diversificadas, é um facto que são os comunistas que encabeçam todas as contestações e impõem a velha ordem avessa a mudanças e a reformas, levando à trela, para surpresa de muitos, as organizações sociais-democratas, incapazes de ter posição própria. Neste contexto, o que eu esperava era ouvir a voz dos professores não submetidos a tutelas sindicais. Voz alternativa para uma boa discussão e negociação com o Ministério da Educação. Os sindicatos não podem ganhar esta batalha e já não são capazes de dialogar. Estão entrincheirados, dispostos a “matar ou a morrer”. Nada justifica este fundamentalismo. Os professores sensatos sabem bem que a reforma da ministra Maria de Lurdes Rodrigues é essencial para a dignificação da escola e dos seus profissionais. Sabem também que a diferenciação no estatuto da carreira é crucial para separar o trigo do joio e para fazer justiça aos que exercem com mérito essa profissão. Não faz sentido que os professores que não têm assiduidade, não cumprem o programa escolar, não se interessam por uma carreira distinta sejam colocados na mesma plataforma que os outros. Há professores muito bons, mas também há professores muito maus. A tentativa desesperada de manter o critério de alinhar todos pela mesma bitola, fugindo à avaliação de desempenho, é evidentemente um esforço inglório e ultrapassado. Como é óbvio, o ensino no seu todo ressente-se. Precisamos em Portugal de instituir um ensino credível, competitivo, moderno e eficaz. Entre outras coisas isso só se consegue com um bom corpo docente. Os professores têm de perceber isto e a ministra não pode transigir em matérias desta natureza onde se joga o futuro dos nossos filhos.
Emídio Rangel
Dei aulas no Ensino Secundário, público e privado. Dei aulas na universidade, pública e privada. Significa isto que tenho gosto em dar aulas tal como, com raríssimas excepções, tive sempre muita satisfação em frequentar aulas, no Liceu e no Ensino Superior. Ganhei por tudo isso uma grande admiração pela profissão e julgo que, se não tivesse optado muito cedo pelo jornalismo, teria feito certamente uma carreira académica.
Durante todo este percurso pelo mundo do ensino fiz muitos amigos que são amigos para a vida. Não sou assim suspeito de ter qualquer ‘parti-pris’ contra os professores. Antes pelo contrário, conheço as suas dificuldades, vivi talvez a fase mais difícil do ensino nos anos 70 e 80 e, grosso modo, sei por experiência os principais problemas que se colocam ao ensino em Portugal.
Por todas estas razões sou hoje um cidadão estupefacto com a guerra sem quartel que se desenvolve entre os sindicatos e a ministra da Educação. Confesso que tenho dificuldade em perceber os sindicatos acantonados em posições anacrónicas e inaceitáveis nos dias que correm. O sindicalismo, no seu todo, atravessa uma crise delicada de adaptação a uma nova realidade económica e social. Os sindicatos dos professores, em particular, parecem perdidos nesse mar encapelado defendendo atitudes, conceitos e privilégios que hoje assumem foros de escândalo. Embora os sindicatos respondam a filiações partidárias diversificadas, é um facto que são os comunistas que encabeçam todas as contestações e impõem a velha ordem avessa a mudanças e a reformas, levando à trela, para surpresa de muitos, as organizações sociais-democratas, incapazes de ter posição própria. Neste contexto, o que eu esperava era ouvir a voz dos professores não submetidos a tutelas sindicais. Voz alternativa para uma boa discussão e negociação com o Ministério da Educação.
Os sindicatos não podem ganhar esta batalha e já não são capazes de dialogar. Estão entrincheirados, dispostos a “matar ou a morrer”. Nada justifica este fundamentalismo. Os professores sensatos sabem bem que a reforma da ministra Maria de Lurdes Rodrigues é essencial para a dignificação da escola e dos seus profissionais. Sabem também que a diferenciação no estatuto da carreira é crucial para separar o trigo do joio e para fazer justiça aos que exercem com mérito essa profissão. Não faz sentido que os professores que não têm assiduidade, não cumprem o programa escolar, não se interessam por uma carreira distinta sejam colocados na mesma plataforma que os outros. Há professores muito bons, mas também há professores muito maus. A tentativa desesperada de manter o critério de alinhar todos pela mesma bitola, fugindo à avaliação de desempenho, é evidentemente um esforço inglório e ultrapassado. Como é óbvio, o ensino no seu todo ressente-se. Precisamos em Portugal de instituir um ensino credível, competitivo, moderno e eficaz. Entre outras coisas isso só se consegue com um bom corpo docente. Os professores têm de perceber isto e a ministra não pode transigir em matérias desta natureza onde se joga o futuro dos nossos filhos.

Emídio Rangel

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