segunda-feira, novembro 13, 2006



Pais e filhos à volta dos livros
Marta Rangel 2006-11-10
Quando os pais lêem em conjunto com os filhos, estes ganham mais e melhores capacidades. Para ensinar os pais, a FERSAP vai dar formação no âmbito do Projecto Leitura-a-Par, em parceria com a Comissão do Plano Nacional de Leitura.
A Federação Regional de Setúbal das Associações de Pais (FERSAP) vai realizar acções de formação para promover hábitos de leitura nos próximos dias 13 e 14, na Cova da Piedade, e 20 e 21 de Novembro, em Fernão Ferro.Inserida no Projecto Leitura-a-Par e em parceria com a Comissão do Plano Nacional de Leitura, a iniciativa da FERSAP dirige-se a pais, encarregados de educação, funcionários de ATL e todas as pessoas interessadas em incentivar o gosto pelos livros. A formação estará a cargo de João Rosa, professor responsável pela implementação dos projectos Leitura-a-Par. Cada sessão será dirigida a um grupo composto por 12 a 20 pessoas e deverá abordar o treino de técnicas de leitura, levantar dificuldades surgidas, aconselhar os pais na forma de ultrapassá-las e partilhar experiências e resultados dos processos de desenvolvimento da leitura. Para a realização das actividades, o Plano Nacional de Leitura faculta todos os materiais necessários.Segundo informação divulgada pela FERSAP, vários estudos que se debruçaram sobre projectos de envolvimento dos pais no desenvolvimento da leitura, como, por exemplo, "ouvir a criança a ler" e "leitura a par", demonstraram que "o envolvimento dos pais em ler com os filhos é eficaz". De acordo com estes estudos, realizados sobretudo em países de língua inglesa, as crianças mostraram "ganhos na capacidade de correcção e compreensão da leitura" e desenvolveram "atitudes favoráveis em relação à escola". Para além disso, os pais ou encarregados de educação, adquiriram "uma melhor compreensão da estratégia de leitura dos filhos" e, até, desenvolveram "relações mais positivas" com os professores. Segundo estes estudos, outros membros da família, como irmãos mais novos, também saem beneficiados destas técnicas de "Leitura-a-Par". Outras das visíveis mudanças qualitativas é "uma maior disponibilização de livros pela frequência de bibliotecas públicas". O Plano Nacional de Leitura é da responsabilidade do Ministério da Educação (ME), em colaboração com o Ministério da Cultura e o Gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares. Segundo informação divulgada aos meios de comunicação social, os grandes objectivos deste Plano são "o desenvolvimento de competências nos domínios da leitura e da escrita" e a "criação de hábitos de leitura nos alunos". Procurando contrariar a tendência ilustrada pelos resultados do PISA de 1997 e 2003, em que 48% dos alunos portugueses ocupavam os patamares mais baixos na avaliação de níveis de leitura, o Plano Nacional tem como grande prioridade "dar resposta aos níveis de iliteracia da população em geral e dos jovens em particular". O Plano Nacional de Leitura pretende desenvolver-se em duas fases, de cinco anos cada uma. Na primeira, estão previstos "programas de intervenção e de formação" da responsabilidade do ME, coordenados por uma comissão presidida por Isabel Alçada, em articulação com a Rede de Bibliotecas Escolares. Na segunda, serão definidos novos programas e metas a alcançar a partir dos resultados dos estudos realizados, incluindo a avaliação da primeira fase.

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