quarta-feira, outubro 10, 2007

Ministro da Administração Interna vai ao Parlamento explicar caso da Covilhã

O PS vai aprovar a audição parlamentar do ministro da Administração Interna sobre a visita de agentes da PSP à delegação do Sindicato de Professores da Região Centro na Covilhã, pedida pelo PSD, BE e PCP. Rui Pereira já se manifestou disponível para esclarecer os deputados, depois de receber o relatório que pediu sobre o caso.
"Vamos votar favoravelmente os requerimentos para a audição do ministro. O senhor ministro manifestou logo a sua disponibilidade para vir aqui", declarou o vice-presidente da bancada do PS Ricardo Rodrigues.Comentando o caso ocorrido anteontem na Covilhã, o socialista salientou que "jamais podem estar em causa as liberdades públicas e o direito das pessoas se manifestarem de forma livre e responsável" e que "tudo o que violar essas liberdades merecerá da parte do PS uma oposição veemente".A aprovação da audição parlamentar segue-se à disponibilidade manifestada pelo ministro da Administração Interna em responder às questões avançadas nos últimos dias pelos partidos da oposição. "Depois dos acontecimentos [na Covilhã] pedi ao inspector-geral da Administração Interna para abrir um processo de averiguações urgente, que deverá estar concluído em breve, para averiguar que factos ocorreram e quais serão as suas consequências e, depois de dispor do relatório, disponho-me a ir ao Parlamento prestar todos os esclarecimentos", garantiu Rui Pereira, em declarações aos jornalistas à margem da assinatura de um protocolo de cooperação entre o Ministério da Administração Interna e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.Na última segunda-feira, dois polícias "à civil" entraram na sede do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) na Covilhã e levaram dois documentos de informação referentes à acção de protesto marcada para ontem naquela cidade, onde esteve o primeiro-ministro, no âmbito de uma visita à Escola Secundária Frei Heitor Pinto.O SPRC, filiado na Fenprof, considerou, em comunicado, que se tratou de uma "acção de características pidescas" e que justifica a apresentação de queixa sobre "esta violação dos direitos democráticos" ao Presidente da República, Parlamento, Provedoria de Justiça e Procuradoria-Geral da República. No dia seguinte, o ministro da Administração Interna ordenou que fosse instaurado um processo de averiguações para apurar os factos ocorridos.Ontem, o PSD pediu a audição urgente de Rui Pereira no Parlamento para prestar esclarecimentos sobre a "triste actuação policial" na delegação sindical da Covilhã. Já hoje, o BE apresentou um requerimento idêntico, tal como o PCP que quer ouvir o ministro sobre o que considerou ter sido um "intolerável uso das forças de segurança" para "tentar impedir" manifestações.

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