quarta-feira, outubro 10, 2007

Sócrates nega temer manifestação contra política educativa do Governo

José Sócrates negou hoje temer qualquer manifestação contra a política educativa do Governo, como a prevista para hoje durante uma visita do primeiro-ministro a uma escola na Covilhã, onde ontem a delegação do Sindicato dos Professores da Região Centro, que vai participar no protesto, foi alvo de uma visita da PSP, uma operação que Sócrates afirmou desconhecer.
Ontem, dois polícias "à civil" entraram na sede do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) na Covilhã e levaram dois documentos de informação referentes à acção de protesto marcada para hoje naquela cidade, onde estará o primeiro-ministro, no âmbito de uma visita à Escola Secundária Frei Heitor Pinto. O SPRC, filiado na Fenprof, considerou, em comunicado, que se tratou de uma "acção de características pidescas" e que justifica a apresentação de queixa sobre "esta violação dos direitos democráticos" ao Presidente da República, Parlamento, Provedoria de Justiça e Procuradoria-Geral da República. Ainda ontem, o ministro da Administração Interna ordenou que fosse instaurado um processo de averiguações para apurar os factos ocorridos na Covilhã.Questionado sobre a ida da PSP às instalações do SPRC na Covilhã, José Sócrates disse desconhecer o sucedido. "Eu não sei nada disso. A única coisa que sei foi o que li nos jornais”, afirmou, acrescentando que "se houver alguém que tenha procedido incorrectamente, o Ministério da Administração Interna não deixará de fazer o que se deve fazer”. “Esperemos pela averiguação. Não tomemos como verdade o que é uma versão de uma parte", reforçou o chefe de Governo.José Sócrates sublinhou que perante um protesto do PCP da Covilhã por "não saber o itinerário e a hora" da sua visita à escola, foi ele próprio quem informou que essa seria hoje às 15h30. Alegando que existe "instrumentalização dos sindicatos para efeitos partidários", o primeiro-ministro salientou que "sejam ou não instrumentalizados, todos têm o direito de se manifestar". "Perante uma manifestação, o máximo que posso dizer é humildemente que discordo do ponto de vista e esperar que as manifestações decorram com civismo", disse.O SPRC integra hoje um cordão humano de vários sindicatos da CGTP na recepção do primeiro-ministro, organizado pela União de Sindicatos de Castelo Branco contra as políticas do Governo.

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