quarta-feira, outubro 10, 2007

PCP critica "acção intimidatória" da polícia contra sindicato de professores na Covilhã

O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, considerou hoje que a visita da PSP à delegação do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) na Covilhã constituiu "um sinal de enorme gravidade" e uma "acção intimidatória".
"É um sinal de enorme gravidade a iniciativa das forças de segurança que desenvolveram uma acção intimidatória contra os professores da zona centro", afirmou Bernardino Soares, na abertura das Jornadas Parlamentares do PCP, que decorrem em Évora.Para o líder parlamentar comunista, a acção das forças de segurança na Covilhã surgiu "na sequência das afirmações do primeiro-ministro em que perante os justos protestos dos trabalhadores e das populações confessou a sua intolerância em relação aos sindicatos, que definiu como alvo da sua política".Ontem, dois polícias "à civil" entraram na sede do SPRC na Covilhã e levaram dois documentos de informação referentes à acção de protesto marcada para hoje naquela cidade, onde estará o primeiro-ministro, no âmbito de uma visita à Escola Secundária Frei Heitor Pinto. O SPRC considerou, em comunicado, que se tratou de uma "acção de características pidescas".Ainda ontem, o ministro da Administração Interna ordenou que fosse instaurado um processo de averiguações para apurar os factos ocorridos na Covilhã.Bernardino Soares considerou que a acção está inserida num conjunto de "várias acções e iniciativas visando a criminalização dos protestos e da indignação".CGTP diz houve um “atentado inequívoco à democracia”Para Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP-IN, central sindical a que o SPRC está associado, a visita de agentes policiais constitui "um atentado claro e inequívoco à democracia, que merece uma resposta muito forte"."É um sintoma muito grave da situação que o país está a viver do ponto de vista da concepção que o Governo apresenta quanto aos direitos e liberdades dos cidadãos e quanto ao papel dos sindicatos", afirmou Carvalho da Silva em Coimbra.O líder da CGTP-IN considerou que este caso "surge no contexto de outras atitudes" e referiu que amanhã a central sindical fará "um ponto da situação".Para Carvalho da Silva, reveste-se de "muita gravidade" que, no Dia Mundial do Professor, o primeiro-ministro tenha "enviado a ideia de que os sindicatos são o inimigo a abater". "Tem uma ideia subvertida de democracia. Os sindicatos têm tanto valor como qualquer outra instituição, são um esteio e suporte da democracia", sustentou.Na perspectiva do secretário-geral da CGTP-IN, verifica-se "uma situação crescente de ausência de diálogo". "O Governo faz-se de surdo às reivindicações e está permanentemente a chutar para canto", acusou, defendendo que o Executivo socialista liderado por José Sócrates "deve responder aos problemas do país".

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