segunda-feira, janeiro 19, 2009

GREVE DE 19 DE JANEIRO: ENORME PROTESTO DOS PROFESSORES NA REGIÃO CENTRO

PORQUE FIZERAM GREVE, COM ESTA DIMENSÃO, OS PROFESSORES E EDUCADORES?

Hoje, 19 de Janeiro, na região centro, mais de 90% dos docentes com serviço distribuído terão estado de novo em greve. Ou seja, a quase totalidade dos docentes recusam este status quo, esta política de pressão, esta imposição sem base científica, este passar a exigência pelo cumprimento de normativos sem sentido.

Quanto à avaliação do desempenho, cujo modelo em vigor foi transitoriamente simplificado para, apenas, este ano lectivo, mantém todo o articulado geral, procedimentos e instrumentos de avaliação, burocracia e inexequibilidade, pelo que os professores consideram que as condições objectivas para a sua aplicação, mesmo que simplificada, não se alteraram, tendo em conta os seguintes aspectos:

1. O modelo de avaliação da actividade docente de Lurdes Rodrigues não é um instrumento de valorização da escola pública e do desempenho dos/as professores/as e educadores/as;
2. a alternativa ao actual modelo de avaliação do desempenho só pode passar pelo fim da divisão artificial da carreira em professores e titulares, uma fractura que descredibiliza o próprio estatuto profissional e a função docente;
3. a simplificação agora publicada em Diário da República (Decretos-Regulamentares 1-A e 1-B/2009, de 1 de Janeiro) despreza a componente científica e pedagógica do trabalho docente, ao mesmo tempo que, não mexendo no essencial do modelo e apresentando-se, apenas, como uma solução transitória, visa ganhar tempo aproveitando-se, cinicamente, do próprio calendário eleitoral para fazer valer, no futuro, medidas por todos rejeitadas;
4. o ministério da Educação e o governo recorreram à ameaça e à chantagem para forçarem os docentes a abdicar da sua luta, acenando com processos disciplinares, inquéritos ou demissões sobre quem se recusasse a se sujeitar à iniquidade do seu modelo, o que deixou os professores tremendamente indignados.

Com esta atitude, AUTISTA E ISOLADA, o ministério da Educação tem revelado uma incapacidade confrangedora para ler, politicamente, a determinação e coragem dos docentes portugueses, num legítimo processo de desobediência cívica, que tem as suas raízes no facto de o governo e ministério da Educação terem erguido uma barricada contra a razão e a sua força. Contra a escola pública, pondo em causa o dieito dos portgueses a um ensino de qualidade.

Por nada os docentes trocarão as sua convicções, a sua organização e a sua luta. Compete ao ME, agora, responder sem preconceitos e resolver o problema que criou.

Uma coisa é certa. Este modelo tem de ser alterado. Este Estatuto da Carreira terá de sofrer transformações profundas e os docentes continuarão determinados nesta transformação.

A Direcção

TUDO SOBRE A GREVE NA REGIÃO CENTRO EM
http://www.sprc.pt/default.aspx?id_pagina=660

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