segunda-feira, janeiro 19, 2009

Greve de hoje é teste à unidade dos professores

PEDRO SOUSA TAVARES
PAULO SPRANGER
DN

Greve de hoje é teste à unidade dos professores
Educação. Depois do 'simplex' da avaliação, os professores voltam hoje à greve em todo o País, num protesto que servirá para perceber se a "luta" está para durar ou se a classe começa a desmobilizar. A Plataforma está optimista. O Ministério não fala. Os pais dizem "basta"
"Uma greve forte." É esta a expectativa da Plataforma sindical, que arrisca valores de adesão da ordem dos 90%, e também dos movimentos independentes de professores, que garantem continuar a "acompanhar com empenho" a luta .Exactamente um ano após a aprovação do Estatuto que originou toda a agitação no sector. E um mês e meio depois do protesto de 3 de Dezembro, que bateu recordes de adesão -66,7% segundo o Governo, 94% para os sindicatos -, a expectativa é alta.Não porque se espere novo recuo ministerial mas, sobretudo, para avaliar em que medida o "simplex" avaliativo aprovado este mês - onde desapareceram alguns dos itens mais controversos, como os resultados dos alunos - serviu para desmobilizar os contestatários. Numa altura em que o ano lectivo está praticamente a meio este será um teste da forças dos professores.O Ministério da Educação voltou ontem a recusar fazer quaisquer comentário sobre este tema. Já os sindicatos - que, no final do mês, começam a discutir na 5 de Outubro uma revisão da carreira onde esperam acabar com a divisão entre professores e titulares e com as quotas - estão optimistas.61 mil em abaixo-assinado"Não sei se repetiremos os números de Dezembro", admitiu ao DN Lucinda Manuela, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), "mas se houver um grande protesto, o Ministério da Educação terá de perceber que não pode continuar mais tempo de costas voltadas para os professores"."Vai ser um sinal muito forte dos professores", antecipou Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), revelando que, "só até sexta-feira, já tinham sido recolhidas 61 mil assinaturas" no abaixo-assinado que a Plataforma entrega esta tarde no ministério. " Todos os indicadores que temos vão no sentido de uma greve de dimensão semelhante à anterior, que vai aproximar-se dos 90%".Uma mobilização que, segundo Mário Machaqueiro, da Associação dos Professores em Defesa do Ensino , vai contar com os independentes: "A greve não pode ser interpretada como o passo final da luta dos professores, até porque temos outros protestos agendados. Mas a expectativa é de uma adesão bastante significativa ".Atentos estarão também partidos da oposição, como o PSD que viu recentemente chumbada no Parlamento a sua proposta de suspensão da avaliação: "Espero uma grande greve", disse o deputado Emídio Guerreiro. "Do Ministério, sinceramente, não espero muito. Mas a a rejeição existe e vai continuar. Era importante que acabasse com um braço-de-ferro cujo desfecho será sempre negativo".

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