segunda-feira, janeiro 19, 2009

Simplificação da avaliação não resolveu «constrangimentos» de base do modelo

O descontentamento dos professores mantém-se porque a simplificação da avaliação não acabou com o problema de base: serem os titulares a avaliar os colegas, explica a presidente da secundária Infanta Dona Maria, Coimbra, uma das caras da contestação da classe.
«Todos os dias sei de novas escolas que estão a suspender [a avaliação dos professores]. A simplificação [que entrou em vigor este mês] não resolveu o problema. Os constrangimentos que existiam continuam a existir», disse à Lusa Rosário Gama, representante dos 139 responsáveis de escolas que esta semana voltaram a apelar à suspensão do processo.Segundo explicou a responsável hoje, no dia em que os professores voltam à greve contra as políticas do ministério da Educação, o problema de base do modelo de avaliação definido pelo Governo «radica na questão de serem os professores titulares a avaliar os colegas, que não lhes reconhecem competência para tal».«O grande problema tem a ver com a divisão da carreira entre titulares e não titulares e com a ausência de uma formação adequada para os professores avaliadores», afirmou, sublinhando que continua a viver-se um clima de «intranquilidade» nas escolas.Na Internet, em sites de escolas e blogues dedicados à Educação, estão disponíveis cerca de cem documentos aprovados em assembleias-gerais de professores, já depois das medidas de simplificação anunciadas em Novembro pelo Governo, nos quais os docentes reafirmam a sua recusa em participar em qualquer procedimento relacionado com o modelo de avaliação.«Os professores da Escola Secundária c/ 3º Ciclo Fernando Namora, coerentes com todas as tomadas de posição que têm assumido ao longo deste processo, reafirmam a sua vontade em manter a suspensão do mesmo», refere, por exemplo, um documento aprovado quarta-feira passada por 61 dos 73 docentes deste estabelecimento de ensino de Condeixa-a-Nova.Também na secundária de Camões, em Lisboa, 126 docentes reunidos em assembleia-geral na passada quarta-feira decidiram «assumir, colectiva e individualmente, a posição tomada em 5 de Novembro de 2008, continuando a não realizar qualquer acção relacionada com este processo de avaliação de professores».
Lusa / SOL

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