domingo, janeiro 18, 2009

Lurdes Rodrigues: Futuro da educação exige rupturas

FERNANDO BASTO
A diversidade dos instrumentos de intervenção é a palavra-chave para novas mudanças no sistema educativo, orientado para a qualidade. Para tanto, a ministra da Educação defende rupturas com o passado, sem nostalgias.
Maria de Lurdes Rodrigues veio, ontem, ao Porto, reflectir sobre os novos desafios da educação. O convite foi feito pela "Geração Desafios", uma plataforma de debate político constituída por jovens socialistas do distrito. O seu objectivo é promover o debate político e gerar ideias sobre os desafios para a região.
Ontem, no primeiro encontro da plataforma, a ministra da Educação falou sobre as mudanças processadas no sistema educativo e os desafios que se colocam no futuro.
"O grande desafio que se coloca ao sistema educativo é o da qualidade e da exigência, pois só assim se pode cumprir o desafio da igualdade de oportunidades", sublinhou a governante.
Maria de Lurdes Rodrigues explicou que, hoje, o sistema educativo está marcado pelas heranças herdadas dos sistemas anteriores. "Houve uma evolução feita em contínuo, em acumulação. E enfrentar o futuro vai exigir maiores rupturas com o passado", defendeu.
A governante realçou que, se antes o sistema tinha como preocupação seleccionar os melhores e formar elites, hoje a escola é para todos. "Antes media-se a eficácia dos sistema educativo pelo número de alunos que ficavam para trás, hoje avalia-se pelo número de alunos que passam", explicou. A ministra fez notar que, nunca no passado, houve tantas provas para aferir a qualidade das aprendizagens. "É uma nova era a de hoje, em que queremos todos na escola, durante mais tempo, mas num sistema com maior qualidade. Isto exige uma ruptura com o passado", sublinhou. Maria de Lurdes Rodrigues defendeu uma nova organização dos recursos, mais diversificados. A este passo, criticou o concurso centralizado de professores, que "trata as escolas como se fossem todas iguais". Por outro lado, as mudanças não se coadunam com "olhares nostálgicos do passado". "Há muitos equívocos nostálgicos em relação ao passado e o futuro será muito diferente", fez notar. A ministra recusou comentar a greve nacional dos professores que se realiza amanhã.

Sem comentários: