terça-feira, janeiro 20, 2009

Professores preparam novas greves e prometem voltar aos protestos

Sindicatos dizem que docentes mantiveram adesão de 90%, ME fala em queda para 41%
00h30m
ALEXANDRA INÁCIO
Garantindo uma adesão de 91%, os sindicatos sentiram os seus poderes negociais reforçados, apesar de a tutela contrapor uma adesão de 41%. Os professores voltarão a fazer greve e a sair às ruas se nada mudar.
Se o Ministério da Educação não aceitar o fim da divisão da carreira, durante a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD), "mais cedo que tarde haverá mais iniciativas de luta, provavelmente mais greves e manifestações", garantiu ontem o secretário-geral da Fenprof, antes de entrar no ME para entregar ao chefe de gabinete do secretário de Estado da Educação, um abaixo-assinado subscrito por mais de 71 mil professores, pedindo a revogação do ECD.
Hoje termina o prazo dado pela tutela aos sindicatos para entregarem as propostas sobre a prova de ingresso na carreira - o primeiro tema a ser debatido nas reuniões de 28 e 29 sobre a revisão do ECD. Nogueira garantiu que a proposta da Fenprof é muito simples: defende o fim da prova. Mas dirigentes da Federação ouvidos pelo JN consideram que o regime probatório podia ser prolongado para dois anos e substituir a prova.
Já a proposta do Fenei/ Sindep propõe que tanto prova como regime probatório possam ser substituídos pelo mestrado em Ensino. Depois de Bolonha faz sentido, considera Carlos Chagas, os futuros docentes fazerem o mestrado depois da licenciatura; essa graduação implica a defesa de uma monografia (que já por si requer um período de estágio).
"Basta o ME nomear para esses júris um representante que avalie a evolução pedagógica e científica do aluno", argumenta o presidente do Fenei/Sindep. Os sindicatos alegam que o ingresso está excessivamente fechado: além da licenciatura, os candidatos têm de cumprir um estágio, um regime probatório e ainda a prova de ingresso, composta por três exames não podendo o docente ter nota inferior a 14.
Para os sindicatos a adesão à greve rondou os níveis da paralisação de 3 de Dezembro: 91%; para o ME só 41% dos professores não deram aulas. Recorde-se que neste fim-de-semana a tutela emitiu um comunicado onde corrige os números da anterior paralisação - em vez de 61% afinal foram 66,7% dos docentes que aderiram.
"Mais uma vez os professores deram uma grande lição ao Governo", considerou Nogueira, insistindo que a "luta" da classe começou no dia 5 de Outubro de 2006 e não tem data prevista para terminar. A Plataforma lançou um apelo à mobilização de professores, pessoal não docente, pais e alunos numa Marcha pela Educação que irá realizar-se "ainda este ano lectivo" e garantiu que vai encher as galerias do Parlamento, na sexta-feira, para o debate sobre a avaliação proposto pelo CDS-PP. Nenhum membro da equipa ministerial deu ontem uma conferência de Imprensa sobre a greve, como a 3 de Dezembro. A tutela emitiu apenas um comunicado com os níveis de adesão

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