quarta-feira, novembro 12, 2008

Centenas de Magalhães entregues em Baião para combater o insucesso escolar

Mais de duas centenas de crianças do recém-inaugurado Centro Escolar de Baião receberam hoje o computador Magalhães, ferramenta que vai também ser distribuída, em breve, aos alunos dos outros dois agrupamentos do concelho, disse à Lusa o presidente da autarquia
O socialista José Luís Carneiro, que preside à câmara municipal há apenas três anos, sublinhou «que o concelho de Baião está hoje, pela primeira vez, na linha da frente do distrito do Porto no que respeita à Educação», um sector em que, desde 2005, foram investidos cerca de cinco milhões de euros.

Os computadores Magalhães foram entregues por representantes da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) aos 235 alunos do primeiro ciclo do ensino básico, incluindo às crianças da unidade especializada para autistas.

O concelho de Baião é dos 18 do distrito do Porto aquele que regista os mais elevados índices de abandono e insucesso escolares, mas a autarquia está a fazer uma «forte aposta para inverter as estatísticas», uma acção que o presidente da câmara apelida de «revolução positiva».

«O computador é um instrumento, apenas uma ferramenta de trabalho», afirma o autarca de Baião. Sustenta, no entanto, que o Magalhães simboliza, sobretudo, «que todos os alunos, ainda que sejam provenientes de estratos sócio-económicos diferentes, terão as mesmas oportunidades de aprendizagem».

José Luís Carneiro considerou também que a criação do centro escolar de Baião, inaugurado no início do mês e que resultou do encerramento de seis antigas escolas primárias, «proporciona condições de igualdade para todos os alunos, seja nas tecnologias de informação, no inglês ou mesmo no acesso a refeições».

O autarca socialista garantiu que o investimento na educação vai prosseguir, estando em curso os programas de construção de mais dois centros escolares, em Eiriz/Ancede e em Santa Marinha do Zêzere e de dois pólos escolares, a executar nas freguesias da Teixeira e de Santa Cruz do Douro.

Adriana e Francisco, ambos com nove anos, já lidavam com computadores em casa mas é a primeira vez que têm «o seu portátil». «É muito bom para escrever e para jogar», afirmou Francisco, que também considera «excelente» a escola ter quadros interactivos, a «nova atracção» das salas de aula do centro escolar. «Gosto muito de ir ao quadro, mas também do computador. É muito bonito», disse a pequena Adriana.

O centro escolar integra o agrupamento de escolas do Vale do Ovil, de que faz também parte a EB 2,3 e Secundária de Baião, onde hoje algumas dezenas de alunos ensaiaram um protesto e faltaram às aulas, convencidos que a ministra da Educação se deslocaria a Baião para proceder à entrega dos computadores Magalhães.

Uma aluna daquela Secundária, que contactou a Lusa, informava durante a manhã que estavam em greve às aulas cerca de 300 alunos, mas uma fonte da direcção da escola disse ao início da tarde, à Lusa, «que o protesto não abrangeu mais do que dez por cento dos 840 alunos do estabelecimento de ensino».

Lusa/SOL

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