domingo, novembro 09, 2008

Sindicatos e políticos reagem a declarações da ministra

Por Margarida Davim com Andreia Félix Coelho

Sindicalistas e representantes dos partidos de Esquerda tecem duras críticas à ministra da Educação por «ignorar» um protesto da dimensão do de hoje e acusam-na de «cegueira total». Louçã diz que nas «eleições acertamos contas

Depois das declarações de Maria de Lurdes Rodrigues pelas 17h00, não tardaram em chegar reacções. Mário Nogueira, dirigente da Fenprof, considera que «se a ministra diz que os professores não querem ser avaliados é porque está a mentir. Nós dizemos que vamos suspender a avaliação», referiu aludindo às declarações da ministra que afirma não suspender a avaliação.

«Não há meios-termos. A diferença entre nós e a ministra é que nós temos aqui os professores à nossa frente a apoiar-nos e ela tem os professores a vaiá-la. Se a ministra não sabe ler os sinais de uma manifestação deste tamanho é porque não tem condições para fazer parte de um Governo democrático», defendeu ainda Mário Nogueira.

Francisco Louçã esteve também presente na manifestação e afirma que a «ministra está a fazer um braço de ferro com os docentes». E acrescentou que «se esta manifestação vai fazer com que mais escolas suspendam a avaliação, queria dar os parabéns aos professores. Porque se há força e dignidade está a ser mostrada aqui. A democracia está aqui».

O dirigente do Bloco de Esquerda deixou ainda o aviso: «Estamos muito longe das eleições, mal de nós se esperássemos pelas eleições. Esta avaliação tem de acabar agora. Nas eleições acertamos contas».

João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação, considera que as afirmações da ministra são de «cegueira total em relação a esta manifestação».

E conclui que «a avaliação não pode continuar e tem de ser suspensa». Carlos Chagas, dirigente do SINDEP, considera que este é «um governo que não está atento aos problemas da população e está contra as pessoas», por isso, «não tem capacidade para governar».

margarida.davim@sol.pt

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