domingo, novembro 09, 2008

Plataforma Sindical propõe greve nacional de professores para 19 de Janeiro


08.11.2008 - 17h00 Cláudia Bancaleiro, com Lusa
A Plataforma Sindical de professores convocou para 19 de Janeiro uma greve nacional, que a estrutura antevê como a maior de sempre contra as políticas educativas do Governo. A proposta foi anunciada durante a manifestação nacional de docentes que decorre esta tarde em Lisboa, com a participação de dezenas de milhares de pessoas.

A manifestação esteve concentrada desde as 14h30 no Terreiro do Paço mas os professores já começaram a deslocar-se em direcção ao Restauradores, para depois seguirem para o Marquês de Pombal, onde termina o desfile de protesto. Quando ainda não foram avançados números oficiais da adesão à manifestação, as estruturas sindicais avançam que entre 110 mil e 120 mil docentes estão nas ruas da capital.

Além da greve nacional, estão ainda previstas novas manifestações até ao final deste mês em todas as capitais de distrito, segundo uma moção lida em plenário, no Terreiro do Paço, pela porta-voz da Plataforma Sindical e secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira. A proposta de novos protestos irá ainda ser votada no final do desfile.

Na sua intervenção no palco montado no Terreiro do Paço, Mário Nogueira afirmou que “Sócrates, Lurdes Rodrigues, Valter Lemos, e Jorge Pedreira entraram para sempre na galeria das figuras mais negras da história da educação em Portugal (...) por que assumiram e desenvolveram uma atitude de desrespeito e desconsideração pelos professores”.

O sindicalista sustentou que o processo de avaliação de desempenho dos professores, que considerou “burocrática e penalizadora”, “estará a interferir de forma muito negativa na organização e financiamento das escolas, retirando tempo e disponibilidade para o trabalho com os alunos”.

Além do sistema da avaliação, o dirigente da Fenprof sublinhou ainda a contestação dos professores quanto aos “absurdos e esmagadores” horários de trabalho, ao novo regime de gestão escolar e ao concurso de colocação de professores.

Também João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), criticou a política educativa da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, realçando que a adesão ao protesto de hoje mostra “o imenso mal-estar e o profundo desencanto dos professores portugueses”.

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