terça-feira, novembro 11, 2008

«Ministério da Educação governa para as estatísticas»

O deputado socialista Manuel Alegre acusa o Ministério da Educação de «governar para as estatísticas», defendendo que «não se pode reformar a educação tapando os ouvidos aos protestos e às críticas», no editorial da revista Ops!

No segundo número da Revista de Opinião Socialista, Ops!, que hoje é lançada, Manuel Alegre sublinha que «não é possível passar do laxismo anterior a um excesso de burocracia conjugada com facilitismo».

«Governar para as estatísticas não é reformar», defende, alertando para o facto de «a falta de exigência da Escola Pública» pôr «em causa a igualdade de oportunidades».

Sobre as declarações da ministra Maria de Lurdes Rodrigues sobre a manifestação dos professores que no sábado juntou mais de cem mil docentes em Lisboa, o ex-candidato presidencial considerou que a responsável teve uma «linguagem imprópria de um titular da pasta» e «incompatível com uma cultura democrática», ao avaliar a manifestação como uma forma de intimidação ou chantagem.

Admitindo que o ministério possa ter razão em alguns pontos, Manuel Alegre defende que «é preciso saber ouvir e dialogar»: «É preciso perceber que, mesmo que se tenha uma parte de razão, não é possível ter a razão toda contra tudo e contra todos. Tal não é possível numa Democracia».

No editorial, o ex-candidato presidencial compara a mudança ocorrida nos Estados Unidos, com a eleição de Obama, à estagnação da situação em Portugal, em parte provocada pela formação das pessoas que está a ser afectada pelo «clima de tensão permanente entre o Ministério da Educação e os Professores», de «ambiente de incompreensão entre o Ministério da Ciência e tecnologia e Ensino Superior e as universidades».

«Num país como o nosso, o que faz mudar é a formação das pessoas, a educação, a cultura, a comunicação, a produção e a divulgação científica, a inovação tecnológica e social», defende.

No número colocado hoje nas bancas escrevem diversos professores, investigadores, actores institucionais e deputados como Alberto Amaral, Elísio Estanque, Nuno David, Francisco Alegre Duarte, Almerindo Afonso, Jorge Martins, a ex-secretária de Estado da Educação Ana Benavente e Teresa Portugal.

Lusa / SOL

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