quarta-feira, novembro 12, 2008

Ministra admite que alterações desmotivem professores

A ministra da Educação admitiu hoje que as alterações introduzidas no quotidiano dos professores podem provocar desmotivação e insatisfação, alegando, no entanto, que essas mudanças são necessárias aos pais, às escolas e aos alunos

Maria de Lurdes Rodrigues, que falava na Assembleia da República a propósito do Orçamento de Estado para 2009 do sector, referia-se às alterações nas condições de reforma de todos os funcionários públicos e à regulamentação da componente não lectiva dos docentes.

«Peço desculpa aos senhores professores por ter provocado tanta desmotivação, mas é do interesse dos pais, dos alunos e das escolas. Espero que possam beneficiar desta disponibilidade dos professores para estarem mais tempo nas escolas», afirmou a ministra.

«Precisava ou não o país de fazer alterações às reformas de todos os funcionários públicos? Precisava ou não o país destas horas de trabalho dos professores?», questionou.

Maria de Lurdes Rodrigues afirmou compreender que aquelas alterações podem provocar «desmotivação, insatisfação» dos docentes, mas recusou que este possa ser «o exclusivo de preocupações» do Governo.

«Isso é verdade, mas há muitos outros profissionais que foram afectados positivamente», acrescentou.

Em relação à avaliação de desempenho, a ministra negou alguma vez ter dito que «era fácil ou que não havia problemas» e revelou-se «de consciência tranquila», garantindo que o modelo do Ministério da Educação «não foi pensado contra os professores» mas sim para «dignificar a profissão».

«Há coisa mais injusta que um modelo que não permite premiar os professores? Injusta em relação a quê? Porque distingue ou porque deixa de tratar todos os professores de forma igual?», questionou.

Sobre as acusações da oposição que este modelo é excessivamente burocrático, a ministra limitou-se a afirmar que este tem «com certeza uma carga de trabalho associada», que «tem sido ridicularizada».

«Também as aulas de substituição foram ridicularizadas e hoje ninguém fala disso. Foi necessário que o Ministério e a ministra resistissem. Resistimos e vencemos», sublinhou.

Lusa/SOL

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