A avaliação de desempenho só terá efeitos na colocação de professores daqui a quatro anos e não no próximo concurso, como o Ministério da Educação tinha anunciado, revelou hoje o secretário de Estado Jorge Pedreira
Segundo o secretário de Estado Adjunto da Educação, a tutela vai apresentar ainda hoje aos sindicatos uma nova proposta sobre as regras dos concursos de professores, na qual a avaliação de desempenho deixa de constar entre os factores determinantes da graduação dos docentes.
«Ainda hoje faremos a entrega de uma nova proposta que representa uma aproximação à posição dos sindicatos. Vão ser incluídas disposições transitórias, em que a bonificação pela avaliação de desempenho apenas terá efeitos no concurso de 2013», afirmou Jorge Pedreira, em declarações aos jornalistas.
A anterior proposta do Governo previa que a graduação dos docentes para efeitos de colocação fosse determinada, não apenas pelo tempo de serviço e pela nota de licenciatura, os elementos que até agora pesavam na sua ordenação, mas também pela avaliação de desempenho, o que os sindicatos contestavam.
No final da comissão paritária de acompanhamento da avaliação de desempenho, que não chegou a realizar-se devido à não comparência das organizações sindicais, o secretário de Estado adiantou ainda que a nova proposta terá outras alterações, nomeadamente no que diz respeito aos professores que pertencem aos quadros de uma região educativa (os chamados quadros de zona pedagógica) e não de uma única escola.
O anterior documento previa que estes docentes fossem obrigados a concorrer a mais do que uma região, podendo ser colocados em escolas muito afastadas da sua residência, o que agora só terá de acontecer caso não tenham vaga na sua zona.
Para o responsável, as alterações constantes desta nova proposta mostram que o ME continua «interessado e disponível» para trabalhar com os sindicatos, mesmo depois de estes terem «rompido o memorando de entendimento» sobre avaliação de desempenho, assinado em Abril, e suspenso a sua participação na comissão paritária de acompanhamento.
«Lamentavelmente, os sindicatos decidiram suspender a sua participação e não compareceram nesta reunião da comissão paritária, o que é extremamente grave e coloca em causa a sua credibilidade como parceiros negociais. Continuamos dispostos a trabalhar com eles, mas a confiança ficou muito fragilizada», afirmou.
Perante a não comparência das organizações sindicais na reunião, o secretário de Estado anunciou ainda que o funcionamento da comissão paritária de acompanhamento do processo de avaliação ficará suspenso, a partir de hoje.
«A comissão paritária fica suspensa porque não é possível mantê-la apenas com a presença dos membros da administração educativa. Se os sindicatos quiserem voltar, reactivaremos o seu funcionamento», adiantou.
Lusa / SOL
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