segunda-feira, novembro 03, 2008

Trabalho dos professores para "vender" Magalhães

A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação criticou a atribuição pelo Ministério da Educação de "tarefas burocráticas e administrativas" aos professores do primeiro ciclo relacionadas com o computador Magalhães, garantindo ter já recebido "centenas de queixas" de docentes.

Segundo Lucinda Manuela, dirigente da FNE, os professores do 1º ciclo estão a receber orientações da tutela, através de um "guião", para serem os próprios a fornecer os documentos de adesão do computador, validando posteriormente as fichas e os termos de responsabilidade e tratando inclusivé de receber e entregar aos encarregados de educação as facturas das operadoras.

"Somos a favor das novas tecnologias e do acesso de todos os alunos a elas, mas não pode ser à custa de mais trabalho burocrático e administrativo para os professores, que já estão nas escolas muito para além do seu horário de trabalho", afirmou a dirigente sindical, em declarações à agência Lusa.

Considerando "inaceitável e injustificável" este pedido do Ministério da Educação, a FNE sublinha ainda que "estas obrigações", que surgem no âmbito do programa e.escolinhas, revelam um "desrespeito absoluto pela actividade docente, introduzindo até no acto de leccionar uma componente comercial abusiva".

"Além do tempo que os professores perdem com a avaliação de desempenho, estas obrigações vão prejudicar ainda mais a preparação de aulas e o acompanhamento dos alunos. Só podem estar a desempenhar estas funções [relacionadas com o Magalhães] no tempo que deveriam ter para a sua vida pessoal", criticou Lucinda Manuela.

A Agência Lusa tentou contactar, sem sucesso, o Ministério da Educação

JN

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